Reajuste de 300% no Salário de Romeu Zema o colocará no posto de governador mais bem pago do Brasil o que gera polêmica em Minas Gerais
A partir de fevereiro de 2025, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), passará a receber um salário mensal de R$ 41.800,00, tornando-se o governador mais bem pago do Brasil. O reajuste, aprovado recentemente, representa um aumento de 300% nos vencimentos de Zema e de seus secretários, e foi alvo de críticas intensas, especialmente por contrastar com a política de austeridade defendida pelo governo mineiro nos últimos anos.
O levantamento, realizado pelo Sindicato dos Servidores da Tributação, Fiscalização e Arrecadação de Minas Gerais (Sinfazfisco-MG), aponta que o salário de Zema será o maior entre os governadores estaduais, superando o de outros líderes. No entanto, há uma exceção: Raquel Lyra (PSDB), governadora de Pernambuco, cujo maior vencimento provém de sua carreira anterior como procuradora estadual.
Atrito com o Funcionalismo Público
A notícia do reajuste gerou uma onda de insatisfação entre os servidores públicos estaduais. Em maio de 2024, Romeu Zema causou polêmica ao afirmar, em entrevista, que servidores descontentes com baixos reajustes deveriam buscar oportunidades no setor privado. Na ocasião, a proposta inicial de reajuste salarial para os servidores foi de apenas 3,62%, chegando a 4,62% após negociações, mas ainda assim deixando a classe insatisfeita.
O contraste entre os baixos aumentos para o funcionalismo público e o substancial reajuste do governador e seus secretários provocou uma enxurrada de críticas de sindicatos e trabalhadores. Para muitos, a medida evidencia uma falta de sensibilidade com a realidade enfrentada pela maioria dos servidores estaduais, que lidam com perdas acumuladas no poder de compra.
Contradições na Política de Austeridade
A aprovação do aumento salarial também trouxe à tona questionamentos sobre a coerência das políticas de austeridade defendidas pela gestão Zema. O governo frequentemente justificou cortes e restrições em áreas sensíveis como saúde, educação e segurança pública sob o argumento de reequilibrar as contas do estado.
Apesar de o governador frequentemente destacar avanços econômicos e fiscais alcançados durante seu mandato, o reajuste robusto para autoridades do alto escalão reforça a percepção de disparidades na valorização dos trabalhadores públicos.
Com o último ano de seu mandato se aproximando, essa controvérsia promete se consolidar como um tema central no debate político de Minas Gerais, impactando tanto a avaliação da gestão Zema quanto a relação do governo com os servidores públicos.
Repercussões Políticas
A medida já repercute entre lideranças sindicais, políticos de oposição e servidores estaduais. Enquanto aliados do governador argumentam que o reajuste visa equiparar os salários ao de outros estados, críticos apontam o aumento como desproporcional e desrespeitoso frente às dificuldades enfrentadas pelo funcionalismo público.
A questão promete ser um dos pontos mais discutidos no cenário político mineiro em 2025, podendo impactar a imagem de Zema e sua base de apoio na reta final de seu governo.